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Wagner Moura: “Eu não falo com a revista Veja”

Wagner Moura diz que revista Veja é "reacionária", "conservadora" e "elistista".

Wagner Moura diz que revista Veja é "reacionária", "conservadora" e "elitista".

Dando uma pausa na linha literária. Terminei de ler a entrevista do ator Wagner Moura na edição deste mês da revista “Caros Amigos”. Recomendo a leitura. Entre outros assuntos, o ator fala (ainda) sobre as polêmicas em torno do filme Tropa de Elite e diz o que pensa da mídia brasileira.

Wagner declarou, sem meias palavras, que não dá entrevistas à “Veja”, por considerá-la “uma revista de extrema direita brasileira”. Confira um aperitivo:

“A linha editorial da revista Veja, uma revista de extrema direita brasileira. Eu me lembro claramente de uma capa da revista Veja que me indignou profundamente, sobre o desarmamento, que dizia assim: “Dez motivos para você votar ‘Não’ “. Eu me lembro claramente da revista Veja elogiando Tropa de Elite pelos motivos mais equivocados do mundo. E semana sim, semana não está sacaneando colga nosso: Fábio Assunção, Reynaldo Gianecchini, de uma forma escrota, arrogante, violenta. Outro motivo é que na revista Veja escreve Diogo Mainardi! Eu não posso compactuar com uma revista dessas, entendeu? Conservadora, elitista. Então, não falo com a revista Veja, assim como não falo para a revista Caras. Agora, a mídia é um negócio complexo, importante. A imprensa brasileira, nessa episódio agora do Congresso, cumpre um papel sensacional. Achei ótimo o fim dessa lei de imprensa, careta, antiga. Acho que a imprensa tem que se sentir livre e trabalhar e quem se sentir agredido por ela entra em juízo e processa”.

Pegando carona na metáfora usada pelo ator em outro trecho da entrevista, muita gente ainda não tomou a pílula nem despertou para o deserto do real – são os que ainda estão conectados à Matrix. Felizmente, é uma espécie cada vez menos numerosa.

Estranhamento

Não sei onde quero chegar. Nem o que dizer. As palavras são escorregadias, como a lua, sutil, quando começa a dar lugar ao outro astro.

Ensaio um passo, depois outro. Uma tentativa de cada vez. Tropeço. Parece inevitável. De súbito, me afasto. Constrangido, disfarço o riso amarelo. É quando converso com meus botões. Mas só para ser, solenemente, ignorado.

Não me assusto, porque ter medo é besteira. Melhor é admitir a imperfeição desses planos que rabisco de próprio punho. Eu também não sei fazer planos. Por isso, sigo os instintos. Como a barata, tonta, fugindo da fúria assassina em seu encalço.

Nesse instante, me desloco. Ainda tento tocar minha imagem no espelho – antes que escureça. A imagem, porém, não diz tudo. Há algo ali que não enxergo – nem reconheço. É algo que não tem nome. Desconheço como cheguei ao ponto desse estranhamento.

Há quantos de mim espalhados por aí, onde nunca estive?

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