A ação dos grupos de extermínio em Natal
Conversei com um policial militar sobre a ação dos grupos de extermínio em Natal. O PM disse que “os grupos de extermínio são necessários para a sociedade”.
De acordo com ele, “o problema é que ‘os caras’ estão se corrompendo muito fácil”. Pedi pra ele explicar.
O PM explicou que os grupos de extermínio surgiram pra “fazer justiça”, porque nem sempre a Justiça consegue cumprir seu propósito.
“Mas agora os caras fazem qualquer coisa por dinheiro. Às vezes, até matam o chefe do tráfico de um lugar, a mando de um traficante rival que quer dominar aquele pedaço. Então, [a ação] deixou de ser por justiça”.
Nesta semana, os natalenses voltaram a discutir a existência de grupos de extermínio na capital. Na madrugada de terça-feira (20), um adolescente e dois jovens foram executados a tiros por oito homens encapuzados no bairro do Bom Pastor, Zona Oeste.
A suspeita é que os homicídios tenham sido uma resposta ao assassinato do guarda patrimonial Francisco Fernandes Campos, morto a tiros no domingo (19), em frente à Escola Estadual Lia Campos, localizada na Avenida Coronel Estevam, no bairro de Dix sept Rosado, Zona Oeste.
O PM com quem conversei disse não ter dúvidas de que o triplo homicídio era obra de colegas de farda, integrantes destes grupos que praticam a “justiça justiceira”.
“Mas parece que nenhum dos três rapazes assassinados tinham envolvimento com a morte do guarda patrimonial”, observei.
“É verdade, mas ‘os caras’ não querem nem saber disso. Eles vão lá e matam”, respondeu o policial.